noticias do dia 09/09/10 O est

O estudante e técnico de instalação de equipamento de rastreamento Rólivam Cravo Jardim, de 23 anos, conseguiu escapar apenas com ferimentos leves da tragédia ocorrida na noite desta quarta (8) em Americana, no interior de São Paulo. Um dos ocupantes do ônibus, ele disse se lembrar exatamente do momento da batida do coletivo com o trem em uma passagem de nível. Nove pessoas morreram e 15 ficaram feridas.

Ele contou ao G1 que retornava da escola no banco de trás no momento da colisão. “Eu vi tudo. Passou um ônibus primeiro na frente e depois o ônibus que eu estava tentou passar. Vi até a pancada do trem. O ônibus foi arrastado por uns 200 metros”, disse o estudante.

Mesmo com o coletivo sendo arrastado, ele disse que saltou pela janela de trás. “Estou com uns ralados nas costas e em outras partes do corpo. Ainda bem que não me machuquei tanto. Depois que eu pulei, o trem arrastou o ônibus mais uns 20 metros e parou”, disse.

Em seguida, ele afirmou que ajudou um rapaz e uma outra menina que tinham se machucado, indo embora para casa em seguida. Nesta quinta-feira (9), ele disse que trabalhou normalmente e que iria para o curso que faz à noite assim que terminasse a entrevista por telefone. “Só tenho de agradecer a Deus por nada de mais grave ter acontecido comigo. A vida continua”, declarou.

Mas, ao relembrar a cena da tragédia, ele admitiu: “Foi feio. Houve muita gritaria. Muita gente ferida. Temi pelo pior, sim. Na hora, a gente pensa que vai morrer”.

Sem ferimentos
A estudante Gabrielle Helena dos Santos Souza, de 17 anos, também escapou praticamente sem ferimentos do acidente. Segundo ela, o ônibus já estava atravessando a linha férrea quando o trem apitou.

Fiquei com medo de cair e o trem passar por cima de mim”
Gabrielle Helena dos Santos Souza

O veículo havia acabado de sair do terminal e seguia no sentido bairro, para sua última viagem do dia.

Gabrielle pega o mesmo coletivo diariamente no mesmo horário, quando volta da escola onde cursa a terceira série do ensino médio. “Normalmente, toca [a buzina] antes de o trem chegar. Tinha que ter tocado a buzina antes”, disse.

Ela disse que estava acabando de pagar a passagem quando o acidente aconteceu. Ela só conseguiu escapar porque se segurou às ferragens da composição.“Acabei segurando no que eu achei. Fiquei com medo de cair e ele [o trem] passar por cima de mim”, afirmou a estudante.

“Como o sangue estava quente, eu nem senti (as dores na perna). Consegui ir a pé até o terminal de ônibus”, contou.
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